Dia de Finados turbina varejo de flores e velas na Capital paulista
O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, movimenta diferentes segmentos do comércio, especialmente floriculturas, lojas de velas, artigos religiosos e pequenos negócios próximos a cemitérios. Mais do que uma oportunidade de vendas, a data exige cuidado e empatia na comunicação, no atendimento e na forma como os empreendedores se posicionam. E nesse segmento, as flores são as protagonistas das homenagens. Na Ceagesp, um dos principais termômetros do setor, o movimento é intenso. Segundo Thiago de Oliveira, chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da companhia, o Dia de Finados está entre as datas mais importantes do calendário de comercialização de flores, ficando atrás apenas do Dia das Mães e do Natal. “A semana que antecede o evento deve registrar cerca de 325 toneladas de flores vendidas, volume 13% superior à média semanal de 288 toneladas”, afirma. As espécies mais procuradas são crisântemos, suculentas e orquídeas, que se destacam pela tradição, durabilidade e preço, segundo o porta-voz. Em 2024, o crisântemo teve alta média de 13% no preço em relação ao mês anterior, enquanto orquídeas e rosas registraram queda de valores. Como neste ano o feriado cairá em um domingo, a expectativa é de movimento entre 10% e 15% acima da média nas feiras de flores que antecedem a data, com pico entre os dias 30 e 31 de outubro. Para atender à demanda, produtores e comerciantes reforçam estoques e logística com meses de antecedência. Lojista deve dar atenção à sensibilidade que a data exige  “Hoje, dificilmente vemos campanhas oportunistas. Os empresários compreendem que Finados é uma data de homenagem, e não de exploração comercial”, explica.  Silva destaca que as boas práticas incluem mensagens que valorizem a memória e o respeito aos entes queridos, além de um atendimento ágil e acolhedor. Ele também observa uma ampliação das experiências digitais, com fotos, mensagens e lembranças virtuais que ajudam a reforçar o vínculo emocional com o público.  Ana Paula da Conceição, consultora de negócios do Sebrae-SP, orienta no mesmo sentido. O Dia de Finados é uma data de reflexão e memória, não de celebração. Portanto, evitar humor, exageros ou apelos promocionais diretos são boas estratégias de venda. "A comunicação ideal deve ser sensível e acolhedora, não apelativa. Transmita respeito, gratidão e cuidado. Se divulgar algo, faça de forma discreta e coerente com o clima da data", explica. Como a comunicação deve assumir um tom empático e respeitoso, frases como “Um dia para lembrar com carinho quem marcou nossa vida”, “Flores e gestos que expressam amor e saudade”, “Um momento de pausa e reflexão — seguimos juntos com respeito e gratidão", são boas opções para o marketing nesta data", dá a dica. Oportunidades além de flores e velas Para quem atua com produtos religiosos, o período também representa um aumento natural nas vendas. Segundo Ulisses de Oliveira, dono da rede Cravo e Canela, o faturamento cresce de 7% a 10% em novembro. “As velas palito brancas são as mais procuradas, seguidas pelas roxas e azul-claro. Elas representam luz espiritual e guiam as almas”, explica. Os incensos também ganham espaço, com destaque para fragrâncias como lavanda, rosa branca, sândalo e benjoim. Nas redes sociais, Ulisses mantém um tom discreto e respeitoso, com publicações que lembram o significado da data sem apelo comercial direto. Na Velas Oliveira, o crescimento nas vendas chega a 20% nesta época. O empresário Edmilson Oliveira conta que o planejamento começa em setembro, com reforço no estoque de matéria-prima e contratação temporária de funcionários. “É um período em que o setor tem um boom de vendas, principalmente para mercados de bairro e distribuidores”, diz. Edmilson observa, porém, que a procura por produtos ligados ao catolicismo tem diminuído nos últimos anos, enquanto religiões como umbanda e candomblé mantêm consumo constante de velas coloridas. Por isso, a empresa optou por não fazer mais divulgação específica do Dia de Finados, concentrando as ações em marketplaces como Mercado Livre e Shopee e no público geral. Tanto os especialistas quanto os empreendedores defendem que, por ser uma data de conhecimento de todos, dá para fazer um bom planejamento logístico e de comunicação. “O essencial é garantir uma boa experiência de compra, independentemente do sentimento de cada consumidor em relação à data”, resume Thiago, da Ceagesp.
O cuidado com a comunicação é fundamental para o varejo diretamente ligado ao Dia de Finados, de acordo com Renan Luiz Silva, superintendente de Serviços Institucionais da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o comércio tem amadurecido em relação à sensibilidade que a data exige.
Planejamento e divulgação sem apelo comercial